Na juventude, Pedro Cardoso frequentou cursos de cifra e participou nas Informações militares. Primeiro no Reino Unido, mais tarde nos Estados Unidos da América. Os novos cursos de Intelligence vieram prepará-lo para assumir as suas futuras funções, quer como militar, quer como estratega dos Serviços de Informações na era democrática.
Após o 25 de Abril e a mudança de regime que se lhe seguiu, Pedro Cardoso, que já tinha sido Representante Português junto da ONU e também Chefe da Delegação Militar da NATO em Bruxelas, regressa a Portugal para assumir um importantíssimo papel. Junto de uma classe política sem grande apetência por reinstituir serviços de informações, vai sensibilizando para a imperiosa necessidade de que Portugal se dote de um Sistema de Informações existente em todos os restantes países da Europa democrática. Realizou também um valioso trabalho de preparação jurídica e legal, ao contribuir para a adoção da Lei do Segredo de Estado e para outros preparativos, necessários à instituição de um Sistema de Informações.
Em 1985, o Governo aprova, com mais de dois terços do Parlamento, a criação do Sistema de Informações da República Portuguesa. O primeiro Serviço a entrar em funcionamento foi o Serviço de Informações de Segurança, SIS, hoje com 37 anos.
Para além de todo o trabalho de apoio junto dos decisores políticos, em particular enquanto Secretário-geral da Comissão Técnica, o General Pedro Cardoso foi também formador das primeiras gerações de Oficiais de Informações do SIS. Os seus profundos conhecimentos de Intelligence e a sua enorme cultura, marcaram indelevelmente todos os que com ele partilharam o sonho: o do estabelecimento e desenvolvimento de uma verdadeira cultura de Informações, de cariz profundamente constitucional e democrático, ao serviço de Portugal e das Alianças em que participamos.
Inesquecível como profissional e sobretudo como ser humano de elevada estatura ética, o General Pedro Cardoso continuará a ser uma inspiração para o SIS e para os oficiais de informações em 2022.
