Mensagem do
Diretor do SIS
Bem-vindos
Cumpre-se, no dia 24 de fevereiro de 2023, um ano da invasão da Rússia na Ucrânia, e a escalada de violência, embora geograficamente limitada, mostra um potencial de impacto que se repercute a nível global.
Vivenciamos hoje tempos difíceis, repletos de incertezas e de desafios à segurança coletiva, numa fase que ficará tristemente registada na história, na qual assistimos ao regresso das tensões geopolíticas ao centro das relações internacionais e à concorrência entre Estados na valorização da defesa dos interesses nacionais, na proteção da integridade territorial e na manutenção da independência política e económica.
Verificamos, também, que as fronteiras externas que recortavam o conceito de defesa nacional, se encontram agora permeáveis à contingência de novas ameaças capazes de comprometer, com gravidade, a segurança interna do espaço português.
Na missão que lhe é adstrita, cabe ao SIS a avaliação preventiva das ameaças: as que se apresentam e as que se vislumbram. Exerce-a para facultar apoio à tomada de decisão pelo decisor político fazendo recurso aos meios de que foi dotado, no respeito pelos limites impostos pela Constituição e pela lei.
O potencial de perturbações num contexto marcado por um conflito militar às portas da Europa, deixa antever o trabalho e o nível de responsabilidade que teremos pela frente.
Perante a atual crise securitária, planeamos o novo ano com a resiliência habitual, apegados ao rigor dos métodos e à qualidade dos resultados para responder cabalmente as exigências da Segurança Interna, reconfigurando e ampliando os focos de atenção e de adaptação no domínio tecnológico.
De igual modo, projetamos manter esforços no desenvolvimento de uma cultura de proteção do conhecimento científico e económico junto dos setores estratégicos nacionais, de modo a minimizar o acesso indevido a informação classificada e sensível dos organismos estatais, das empresas públicas e privadas e também dos centros de investigação científica.
Estaremos, decerto, à altura dos novos desafios, ao abrigo do rigor que faz parte da natureza de quem serve o superior INTERESSE PÚBLICO sob a responsabilidade do segredo de Estado!
Adélio Neiva da Cruz